sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Subsídio para Lição Bíblica - 1º Trimestre/2012




A prosperidade, como já foi ensinado na primeira lição do trimestre, é uma verdade bíblica que não se limita a visão reducionista do sucesso financeiro. Observaremos através de alguns textos, a maneira como no Antigo Testamento o tema prosperidade foi exposto.
Ele, porém, lhes disse: Não me detenhais, pois o SENHOR tem prosperado o meu caminho; deixai-me partir, para que eu volte a meu senhor. (Gn 24.56, ARC)
Ele, porém, lhes disse: Não me detenhais, pois o SENHOR me tem levado a bom termo na jornada; permiti que eu volte ao meu senhor. (Gn 24.56, ARA)
O termo hebraico traduzido por “prosperado” ou “levado a bom termo” é hotselih, que transmite a ideia de ser bem sucedido numa tarefa ou missão. As palavras são do servo de Abraão, ao cumprir a missão de encontrar e tomar uma esposa para o filho de seu senhor. Diante de todos os acontecimentos, o servo de Abraão creditou a sua prosperidade ao Senhor, tributando a Ele toda honra glória e louvor.
Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele e que tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava em sua mão, (Gn 39.3, ARC)
Vendo Potifar que o SENHOR era com ele e que tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava em suas mãos, (Gn 39.3, ARA)
O termo hebraico traduzido por “prosperava” é matselih, e transmite aqui a ideia de ser bem sucedido na administração de negócios e empreendimentos. José, de quem o texto fala, é descrito como aquele através de quem Deus abençoava a casa e as posses de Potifar. Havia nisso tudo um soberano propósito em andamento (Gn 37.6-11), que conduziria José ao cargo de governador do Egito (Gn 41.38-44).
E apalparás ao meio-dia, como o cego apalpa na escuridade, e não prosperarás nos teus caminhos; porém somente serás oprimido e roubado todos os dias; e não haverá quem te salve. (Dt 28.29, ARC)
Apalparás ao meio-dia, como o cego apalpa nas trevas, e não prosperarás nos teus caminhos; porém somente serás oprimido e roubado todos os teus dias; e ninguém haverá que te salve. (Dt 28.29, ARA)
O hebraico welo’ thatselih (não prosperarás), é aqui contrário às bênçãos descritas em Deuteronômio 28.1-14, que estavam condicionadas ao “ouvir a voz do Senhor” e “guardar todos os seus mandamentos” (Dt 28.1), o que implicava em não se desviar de todas as palavras ordenadas, nem para a direita, nem para a esquerda (28.28-14). As bênçãos (hb. haberakoth), falam do favor de Deus para com os justos, e no presente contexto envolvia benefícios e abundância sobre a produção agrícola e pecuária, vitória sobre os inimigos, posição de proeminência, etc. A prosperidade de Israel seria o sinal visível da obediência deste povo ao seu Senhor. No Antigo Testamento é comum a realidade visível(concreta) apontar para a realidade invisível (abstrata).
Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque, então, farás prosperar o teu caminho e, então, prudentemente te conduzirás. (Js 1.8, ARC)
Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido. (Js 1.8, ARA)
O “fazer prosperar” (hb. tatselih) o caminho, implicava em Josué transmitir, refletir e cumprir as palavras do livro da Lei, o que não significava a ausência de adversidades e lutas (Js 1.9, 14, 15ss ), mas que garantiria uma cautela, habilidade, prudência e entendimento (hb. tasekil), necessários para superar os obstáculos e alcançar o sucesso.
É importante perceber, que ao tratar de prosperidade, o Antigo Testamento não apresenta a ideia de mera barganha, mas de obediência incondicional a Deus, mediante a sua vontade manifesta (oral ou escrita). Numa barganha, as partes se nivelam na troca de favores. Com Deus, não há possibilidade alguma de nivelamento, por ser Ele quem é (Soberano e Santo), e por sermos nós quem somos (servos e pecadores).
Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará. (Sl 1.1-3, ARC)
Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido. (Sl 1.1-3, ARA)
Mas uma vez temos na tradução “prosperará” a raiz hebraica tsalah. Utilizando-se da metáfora da árvore plantada junto a corrente de águas, o salmista condiciona a prosperidade ao prazer (hb.hephetso) na lei do Senhor, que protege e afasta o indivíduo do conselho dos ímpios, do caminho dos pecadores e da roda dos escarnecedores, na medida em que este prazer à lei é seguido de meditação (hb. hagah, considerar,) na própria lei.
Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. (Sl 73.3, ARC)
Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos. (Sl 73.3, ARA)
Neste salmo, a possibilidade de prosperidade (o termo hebraico aqui é shelom, de shalom, ganhos financeiros e materiais, saúde, bem-estar, etc.,) por parte dos ímpios (hb. rasha`, perverso, injusto, malfeitor, transgressor) é exposta (v. 4-12). Fica agora evidente, que nem toda prosperidade é resultado da bênção proveniente da obediência a Deus. Por desconhecer até então esta possibilidade, o salmista Asafe ficou confuso ao ponto de quase se desviar e escorregar (v. 2).
Na condição de justo (v. 13), Asafe sofria constantes aflições (v. 14). Quando tentava entender, segundo a lógica humana, a sua própria condição, ainda perturbado, entrou no santuário de Deus e percebeu o fim (hb. ‘aharith, futuro, posteridade) deles (v. 17). Asafe pôde compreender que a aparência nem sempre manifesta a essência das coisas e das pessoas, que o ter não revela necessariamente o bom caráter do ser e que o bem-estar nesta vida não garante uma eternidade de gozo, paz e alegria na presença de Deus (v. 20).
Mesmo desfalecido em seu próprio ânimo, o salmista não abre mão da presença de Deus, do seu conselho, direção e força (v. 23-26), e diante da realidade da glória futura (v.24) encontra motivação para aproximar-se, confiar e anunciar as obras do Senhor (v. 28).
Com Asafe, aprendemos que é possível ter abundância de saúde, bens e riquezas materiais, sem ter a bênção decorrente da obediência a Deus. Aprendemos também, que é possível ter a bênção de Deus (presença, conforto, força, esperança e graça), decorrente da obediência a Ele, sem ter abundância de saúde, bens e riquezas materiais nesta vida.
É aqui que os fundamentos teóricos da Teologia da Prosperidade (ou da Vitória Financeira) começam a “ruir”, pois ela não consegue associar a prosperidade bíblica com a ausência de bens terrenos, nem com qualquer outro tipo de aflição temporal (inclusive problemas de saúde) experienciada pelo justo (o crente sincero, obediente, temente e confiante em Deus).
Que a prosperidade bíblica seja buscada e ensinada, ao mesmo tempo em que a Teologia da Prosperidade (ou da Vitória Financeira) seja combatida, abominada e extirpada de nosso meio.
Postado por ALTAIR GERMANO

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

"Mensagem de fim de Ano" pastor José Wellington fala sobre o natal

O nascimento de Jesus traz uma esperança nova,

genuína e poderosa



No Evangelho de Lucas 2.6,7, está escrito: “E deu à luz ao seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem”. 

Estamos nos aproximando da data mais efusiva de toda a sociedade ocidental. Com a chegada do Natal, as cidades, o povo, a atmosfera, tudo é diferente. O Nascimento de Jesus transformou o homem e trouxe a todos nós uma esperança nova.

Interessante ver as ruas iluminadas, o colorido diferente na cidade, a agitação dos transeuntes. Tudo isso faz parte do Natal. Nos lares, as famílias se reúnem e compartilham o  jantar em um ambiente festivo, tudo por causa do nascimento de Jesus. Mas, a perspectiva espiritual desse acontecimento poderoso, que foi o nascimento de Cristo, não deve ser perdida de vista.

É bom lembrar que o querido Salvador nasceu de uma forma humilde, sim, em uma pequenina cidade. Certamente José desejava oferecer um nascimento confortável para o filho primogênito de Maria, porém Deus não permitiu que isso acontecesse e o resultado foi o nascimento da criança em uma circunstância única e inimaginável, em uma estrebaria, posto numa humilde manjedoura.

José certamente entendeu, corretamente, que o menino não era filho dele, mas de Deus, e fora o próprio Senhor do Universo o encarregado de patrocinar toda a festa espiritual que ali aconteceu. Aquela humilde estrebaria se transformou no lugar mais importante da terra, haja vista que lá no céu, o Senhor Deus determinou o envio de um coral de anjos para saudar Àquele que nasceu para ser o Salvador do mundo. José ouviu a canção angélica: “Glória a Deus nas alturas e Paz na Terra às criaturas!”. Mensagem de salvação trazida pelos anjos para os homens de boa vontade. Mas, não apenas as estrelas brilharam mais, como os pastores foram avisados pelo próprio Deus e vieram e adoraram a Jesus.

Ele verdadeiramente nasceu, e quando comemoramos Seu nascimento, assim o fazemos porque este Jesus nascido em Belém também nasceu em nossos corações.

Estamos também próximo do final do ano. Breve iniciará o novo ano, e Jesus é Senhor também do Ano Novo. A Epístola aos Hebreus, no capítulo 13, versículo 8, diz: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente”. Ele é Senhor desde a Eternidade, Senhor do ontem, do hoje e do porvir.

Chegamos a mais um ano novo. Que dádiva preciosa! Deus dá o tempo para todas as pessoas de maneira igualitária, Ele nos proporciona 365 dias completos de 24h para vivermos e é sempre bom compreender o tempo como uma dádiva de Deus. Quando terminamos um período como este, é próprio que façamos uma reflexão, corrigindo eventuais erros e cuidando de agir corretamente, dinamizar a vida espiritual e fazer boas ações para o nosso próximo.

Chega o novo ano e o que ele te oferecerá? Há pessoas pessimistas dizendo: “Este ano foi ruim e o próximo será ainda pior”. Mas, para nós, conhecedores da vontade do Senhor Jesus, esperamos não somente um “ano novo”, mas um ano de bênçãos, de Paz, de felicidade, com saúde e muita prosperidade. O nosso Jesus não é o Senhor apenas do ano passado. Verificamos no texto sagrado a garantia do caráter inalterável de Cristo: “ontem, hoje e eternamente”.

Que este ano novo pós-Centenário seja um ano de bênçãos, de Paz e de muitas vitórias!



Pastor José Wellington Bezerra da Costa é presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB); Convenção Fraternal das Assembleias de Deus no Estado de São Paulo (CONFRADESP); Membro da diretoria do Comitê Mundial das ADs e presidente da Assembleia de Deus em São Paulo, Ministério do Belém.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Festival Promessas e a guerra de opiniões 

( por Maurício Zagari)



Eu tinha feito um promessa a mim mesmo  de que não falaria nada sobre o tal Festival Promessas aqui no APENAS, pois não quero que este vire mais um blog voltado a polêmicas. Fujo disso. Queria tratar de assuntos realmente sérios e não de uma coisa tão irrelevante para o Reino de Deus como o show que foi exibido na emissora que mais promove o espiritismo, o mal uso da sexualidade, a desagregação familiar e outras práticas e ideologias com que os cristãos que seguem a Bíblia não concordam. Mas me rendi: estou quebrando minha promessa devido à avalanche de irmãos que me mandaram comentários pelo blog e posts pelo twitter cobrando minha posição. Só que, ao contrário do que a maioria dos tweets e dos blogs já abordou à exaustão (creio que tudo o que tinha de ser dito sobre o assunto já foi dito por gente muito séria, que conhece as Escrituras, tem senso crítico e visão, como @renatovargens  @Bp_Walter @augustuslopes e @pulpitocristao), não quero discutir aqui o que esse evento representou, explicar por que ele não significa nada par o Evangelho ou o quê. A inutilidade desse show para o Reino de Deus já está mais do que clara.
O que quero refletir hoje é sobre a desunião e a polarização que houve entre o povo de  Deus no que tange a esse evento. Pois me impressionou como nas redes sociais a coisa provocou uma guerra feia de opiniões entre cristãos pró e contra. Feia mesmo. Quem acompanhou domingo a web e as conversas entre cristãos sobre o assunto se espantou (assim como eu me espantei) com o festival de grosserias, ofensas, fogo cruzado de versículos contra versículos e desrespeito para com o próximo por causa de opiniões conflitantes. Foi vergonhoso. Tendo sido o evento válido ou inválido, o show de  anticristianismo nos bate-bocas via internet entre “cristãos” favoráveis e desfavoráveis deu a tônica do domingo (e continuou na 2a feira). Triste é que isso nada mais é que um reflexo de como a Igreja evangélica no Brasil se encontra atualmente: desmembrada, desunida, em ruínas, vendida, esquartejada, ignorante e festiva. E sobre isso me interessa falar.
Pois a verdade é que todo mundo tem uma opinião para tudo. E, nao se  ofenda, por favor, mas pouquíssimas vezes essas opiniões são embasadas biblicamente e teologicamente. Regra geral, é mero achismo. E isso não é um achismo meu: é uma constatação. Não se analisam os bastidores, as entrelinhas, a História. Nada. É um mero exercício de opiniões – umas sábias, de pessoas coerentes; outras esdrúxulas, irrefletidas e agressivas de cidadãos que… deixa pra lá.
Pois bem, vamos lá. A Rede Globo inventou um programa “gospel” para abocanhar uma fatia dos R$ 2 bilhões de reais que o mercado evangélico movimenta anualmente no país. Isso é fato notório e negar isso seria de uma alienação atroz. Dinheiro é a única motivação da Globo para esse evento, bem como dos pastores que durante toda a vida malharam a Globo e no entanto vergonhosamente fizeram anúncio de seus produtos nos intervalos. Pois o mercado gospel interessa: a pirataria é menor entre os evangélicos, o mercado dá bem mais dinheiro e por isso a gravadora da Globo, a Som Livre, assinou contrato com diversos cantores e grupos que se dizem evangélicos – e a máquina do marketing começou a funcionar: apresentações no Faustão, spots na programação da emissora e tudo mais o que um pop star contratado pela empresa tem direito. (Se você quiser saber mais sobre a cooptaçao de grupos e cantores “gospel” pelo mercado secular pode ler na reportagem que fiz alguns meses atrás para a revista Cristianismo Hoje pelo link  http://migre.me/7dCYL  ).
O não inventado à toa Festival Promessas foi ao ar como o ponto alto, até o momento, dessas estratégias de marketing. O evento em si foi um fiasco, só deu 10% do público esperado, comercialmente só não fracassou totalmente porque a Prefeitura do Rio injetou R$ 2,9 milhões e,  por essa razão, dificilmente será repetido. Mas não se iluda: o  mercado evangélico (você, querido, querida que me lê) dá muuuuuuito dinheiro e já já eles vão inventar outra novidade para abocanhar seu dinheiro. Não ache que vão largar o osso fácil assim não.
Eu trabalhei 11 anos nas organizações Globo, sendo 2 no jornal e 9 na TV, conheço perfeitamente bem como funciona a mentalidade lá dentro (onde o deus único e soberano chama-se Mamon e seu profeta é o “índice de audiência”) e posso falar com muita propriedade: tudo isso só teve uma única motivação: meter a mão na sua carteira. Só. Isso é fato. Quem crê que “Deus tocou no coração de algum executivo da empresa” para que o Festival Promessas ocorresse e “Deus fosse proclamado e glorificado” é vítima de uma ignorância quase esquizofrênica.
Mas esse evento em nada evangelístico breve vai cair no esquecimento, o dinheiro que a Globo ganhou com ele vai ajudar a financiar algo como um programa onde quem beija mais na boca ganha prêmios ou um reality show que incentive o adultério – apresentado por um ex-BBB – e os artistas gospel vão usar a grana que faturaram com o show pra comprar qualquer coisa em Miami… e acabou. Daqui a um ano ninguém vai nem se lembrar dele. Mas a desunião do Corpo de Cristo demonstrada nesse episódio permanecerá – e sobre isso sim me interessa refletir.
Mas, feita a introdução, vamo ao que interessa. Alguns pontos que as reações ao Festival Promessas (até agora não entendi o porquê desse nome, se alguém puder explicar a lógica disso eu agradeço) deixou claros sobre a igreja evangélica brasileira da atualidade são:
1. Argumentos sem base: Enquanto há cristãos que sabem interpretar a Bíblia do modo teologicamente correto, os argumentos que muitos evangélicos usam para defender seus pontos de vista são extremamente emocionais e/ou superficiais. Por exemplo: para tomar as dores do evento no twitter, um dos versículos mais citados pelos seus defensores foi Filipenses 1.18 (“Todavia. que importa? Uma vez que Cristo, de  qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por  verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei“).
Com toda propriedade, o Pastor professor de Bíblia e Hermenêutica Reverendo Augustus Nicodemus Lopes (foto), chanceler do Instituto Mackenzie, fez uma breve explanação hermenêutica do versículo em quatro tweets, que aqui reproduzo: “Paulo se referia aos judeus incrédulos que o estavam acusando nos tribunais romanos, quando ele estava preso em Filipos. Ao acusar Paulo, eles tinham de dizer q Paulo estava pregando q Cristo morreu, ressuscitou e q era o Senhor acima de César. Eles falavam isto para condenar Paulo, mas involuntariamente estavam pregando o Evangelho. É nisto q Paulo se alegrava. Portanto, ñ creio q se possa usar este texto para defender que os crentes podem usar qualquer meio p pregar o Evangelho“. Brilhante.
Mesmo assim, ignorando as normas racionais e consagradas de interpretação bíblica, houve quem atropelasse a boa teologia e respondesse de forma, digamos, emocional: “Pra mim, o texto em si já é bem claro. Mas é lógico que não faltarão “exegeses inspiradas” (sic) do versículo em questão! Sempre. Graças a Deus, que para o Senhor falar conosco, ele não precisa que sejamos chanceleres do Mackenzie, né?“, discordou um irmão por quem tenho muito apreço por sua seriedade com as coisas de Deus, faço questão de ressaltar, um dos que mais respeito no twitter. Mas que nessa pisou feio na bola (desculpe, queridão).
E, como esse exemplo, houve incontáveis. Ou seja, nós, evangélicos,  conscientemente ou não, ainda abraçamos a ideia mística de que para interpretar a Bíblia devemos esperar um raio do Céu, uma revelação do Espirito Santo dada a cada um, e não seguir pelo caminho que os Bereanos, os reformadores e os grandes teólogos sempre trilharam: uma delicada e detalhada análise das Escrituras baseada em normas consagradas e sistematizadas há séculos. A esse respeito, para quem quiser viver um Cristianismo sem misticismos e revelaiadas, sugiro a leitura de dois livros excelentes: Crer é também pensar, de John Stott, e Entendes o que lês?, de Gordon Fee e Douglas Stuart. Lembrando que grandes heresias da História sempre vieram de “revelações diretas de Deus”.
2. Agressividade: Muitos cristãos são extremamente agressivos. Para defender um evento que deveria em tese celebrar o manso e humilde Cordeiro de Deus, usam com quem discorda de si uma agressividade nos bate-bocas digna de fãs de Ultimate Fighting (UFC): distribuem suas opiniões como os gladiadores dessa modalidade de luta bestial, dando socos, murros e pontapés verbais. São verborrágicos, ofensivos, mundanos. Do lado de fora do ringue dos argumentos, esquecem completamente num canto obscuro: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, mansidão e domínio próprio (o fruto do Espirito de Gálatas 5.22,23). Não importa se ofendem ou agridem irmãos em Cristo, importa defender seu ponto de vista. “Não importa a verdade, importa a MINHA verdade e se discordar te pego la fora!” parece ser a tônica das discussões. É a síndrome do telepastor dos programas de TV de sábado de manhã: e daí se sou uma megera verborrágica falando e atacando meus irmãos na fé? Importa que eu fale. E venda, claro.
3. Inutilidade dos grandes eventos: Parte dos cristãos crê que qualquer aglomeração ou exposição na midia “em nome de Jesus” é uma grande conquista do Evangelho. Por outro lado, há os mais críticos e sagazes, que percebem que Marchas para Jesus e festivais como esses não promovem Jesus em nada: são apenas manifestações de poder denominacional, uma forma de ganhar dinheiro e, no fundo, uma boa desculpa. Temos então os crentes crédulos em tudo o que carregue o nome “Jesus” e os que compreendem que grandes eventos não fazem a mínima diferença na proclamação do Evangelho. Que evangelismo eficaz se faz no exemplo pessoal, no corpo a corpo, na pregação de pé de ouvido e não em estruturas megalômanas em que Jesus é um coadjuvante, ofuscado e escondido pelas luzes dos holofotes e pelos decibeis das caixas de som.
4. Discernimento: Os cristãos em grande parte perderam o senso critico. No que tange ao discernimento, há três grupos: de um lado, há uma parcela da igreja sem absolutamente nenhum. Que aceita qualquer novidade que a indústria gospel ou o pastor da moda empurra pra cima de si e acha o máximo. E isso inclui qualquer troço vendido “em nome de Jesus”: festivais, músicas, artistas, pregadores charmosinhos, teologias antibíblicas, igrejas da moda, modos de proceder, produtos, unções de 900 reais, ideias… Basta o artista do qual ele é fã ou o pastor que ele idolatra dizer algo que vira lei. Não há exame das Escrituras, não há debates, não há reflexões: se o ídolo gospel falou, tá falado! Que os anjos digam amém.
O segundo grupo, que se contrapõe a esses crédulos festivos, é o de piedosos, aqueles que sentam em um canto, queixo apoiado na mão, respiram fundo, a cabeça balançando, sem forças, energia ou paciência para tentar argumentar com os do primeiro grupo. Pegam suas bíblias, oram e clamam a Deus para que os olhos dos tais sejam abertos, vivendo sua vida devocional sem se misturar com as polêmicas e as bobajadas gospel.
E há o terceiro grupo, de cristãos devotos, críticos e entristecidos com a Babel que a igreja evangélica visível se tornou no Brasil e que tentam desesperadamente fazer algo para mostrar aos crédulos que Jeus não é Genésio: fazem isso no twitter e em blogs, mas principalmente nos púlpitos: legiões de bons pastores e cristãos anônimos que fazem seu trabalho de formiguinha na proclamação do autêntico Evangelho de Jesus Cristo e no combate aos exageros e absurdos praticados “em nome de Jesus”
5. A ilusão da igualdade: Existe uma ilusão proporcionada pelas redes sociais de que todas as opiniões têm o mesmo peso. E isso simplesmente não é verdade. Nesse cybermundo democrático em que convivemos, parece falsamente que a opinião de qualquer pessoa que nunca leu a Bíblia tem o mesmo peso (sendo que não tem) de irmãos que estudaram a Palavra, se dedicaram anos a fio a leituras, estudos e seminários e sabem que Habacuque e Albuquerque são coisas diferentes. Mas nessa cultura de Big Brother Brasil – onde um iletrado ignorante que nunca pegou um livro mas ficou famoso porque participou de um reality show – senta-se à mesma mesa que um sociólogo ou um antropólogo em programas de debates na TV (como se a opinião de todos valesse a mesma coisa), é natural que essa tendência invada o universo gospel, onde se imita tudo o que o mundo faz.
E aí nós vemos nas redes sociais argumentos inacreditáveis – sendo levantados por molecotes pós-adolescentes que mal sabem a diferença de Roboão para Jeroboão – para combater teólogos e sacerdotes que há 30, 40 ou 50 anos estudam a Palavra de Deus e dedicam suas vidas ao ministério – como se estivessem no mesmo nível. Mas o desnível chega a ser tão exacerbado que às vezes dá vontade de rir até do que é escrito por certos indivíduos. Pra não chorar.
Qual o resultado disso? A igreja evangélica visível está perdendo o respeito pelos que detém o conhecimento. E não despreze o conhecimento: quando você está doente procura alguém que tem uma opinião sobre a sua doença ou alguém que tenha estudado anos e detém conhecimento para curá-la? A resposta é óbvia. Apesar disso, neófitos passam a desprezar os mais experientes, vividos, sábios e detentores de conhecimento bíblico e teológico porque petulantemente se enxergam no mesmo patamar. Isso não é desprezar os menos conhecedores nem considerá-los inferiores ou piores, é apenas constatar o óbvio: quem sabe mais sabe mais. Quem tem mais estrada sabe onde estão os buracos e as curvas perigosas. Achar que todos são iguais em suas opiniões é mera ignorância. Não posso achar que a opinião de Pelé sobre como jogar futebol valha menos que a de um menino que está no dente-de-leite do Santos. Ou que a opinião de um jovem que toca violino há seis meses tem mais substância que a de Itzhak Pearlman sobre formas de se tocar o instrumento.
6. Maquiavelismo: Nós, cristãos, achamos que em nome de “ganhar almas” vale tudo. “Nem gosto daquele estilo musical mas acredito que Deus tenha podido salvar alguma miserável alma que viu o programa“, justificou um irmão no twitter. O grupo de cristãos que crê nisso nem se dá conta de que está usando um argumento maquiavélico, literalmente. Pois foi o filósofo e escritor Nicolau Maquiavel (pintura) quem criou a máxima “o fim justifica os meios” – ou seja: não importa o que você tenha que fazer para alcançar um alvo, se é pra chegar lá tudo está valendo.
Por outro lado, vemos os grupos de cristãos que percebem que dentro da ética cristã não há espaço para esse tipo de pensamento. E isso gerou comentários no twitter como “Hoje a Rede Globo patrocinou mais um passo na secularização da igreja evangélica no Brasil. E os anjos choram“. Ou ainda: “Quem celebra esta incursão da Rede Globo no mercado evangélico não compreende o quanto fomos vendidos com este ato hediondo” – comentários vindos de um respeitado lider eclesiástico.
Curiosamente, o argumento de que “vale tudo para salvar almas” é o mesmo que leva muitos de nós a fechar os olhos para a macumba gospel que acontece em muitas igrejas neopentecostais, como o uso de rosas ungidas, sal grosso, copos de água, óleo santo de Israel, campanhas de sei lá quantos pastores no Monte Sinai e abominações parecidas. “Ah, tudo bem, pelo menos almas estão sendo ganhas”, é o argumento que já ouvi milhões de vezes. Só é bom lembrar que, se em Marcos 16 Jesus diz “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas“, em Mateus 28 ele dá a versão completa da Grande Comissão: não importa só ganhar almas, importa fazer discípulos: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos“. E discípulos são cristãos bem ensinados, treinados na sã doutrina, praticantes do Cristianismo puro e simples. E não corpos que são arremessados para dentro de igrejas, passam a frequentar cultos e a praticar as maiores atrocidades antibíblicas. Pois aí, lamento informar, essa alma não foi ganha para Jesus: foi cooptada para uma igreja. E só.
Conclusão
O Festival Promessas foi apenas uma jogada de marketing comercial da Rede Globo e da Som Livre para faturar dinheiro dos cristãos. Quase todos ganharam com isso: a emissora, o pastor-empresário que antes a malhava mas anunciou seus produtinhos nos intervalos, os artistas que participaram do evento. Rolou dinheiro para todos. Bem, para você não, em especial se é carioca, pois foi do seu imposto que a Prefeitura desembolsou o capital para ajudar a organizar o evento. E também não ganhou nada o Reino de Deus, pois nada do que houve ali foi evangelístico, não ouvi até agora nenhuma história de conversão advinda de alguém ter assistido ao show e a única consequência visível foi o quebra-pau entre os irmãos em Cristo pelas mídias sociais.
Apenas mais uma entre tantas provas de que a igreja evangélica visível no Brasil anda mal das pernas, sem devocionalidade, sem amor, mundana, doente, falida, precisando urgentemente de um milagre de Deus para ser restaurada.
Que a Rede Globo promove valores anticristãos nunca foi novidade. Sexo livre, familias destruídas, baixarias, críticas a pastores, evangélicos sendo apresentados em novelas de forma caricata e depreciativa, exaltação da nudez…enfim, nada de bom em termos bíblicos sai da emissora. E, ao promover um show “gospel” que foi um fiasco de público, o que conseguiu fazer foi dividir ainda mais a igreja evangélica visível. Deflagrou uma guerra verbal e de ofensas, agressões, soberba e petulância. O que há de bom nisso? Responda você.
Aí eu me lembro de 1 Coríntios 12.24-27, que diz “Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que dela tinham falta, a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos outros. Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele. Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo“. Percebo, então, que esse Festival não serviu de absolutamente nada para glorificar Deus, só trouxe desunião e esquartejou ainda mais o Corpo de Cristo, que já anda tão dividido.
E dividir a Igreja é aquilo que o diabo mais quer.
Paz a todos vocês que estão em Cristo
.

domingo, 11 de dezembro de 2011



2º Domingo de Dezembro é comemorado o Dia da Bíblia.




A origem do dia da Bíblia.

Celebrado no segundo domingo de dezembro, o Dia da Bíblia foi criado em 1549, na Grã-Bretanha pelo Bispo Cranmer, que incluiu a data no livro de orações do Rei Eduardo VI. O Dia da Bíblia é um dia especial, e foi criado para que a população intercedesse em favor da leitura da Bíblia. No Brasil a data começou a ser celebrada em 1850, quando chegaram da Europa e EUA os primeiros missionários evangélicos. Porém, a primeira manifestação pública aconteceu quando foi fundada a Sociedade Bíblica do Brasil, em 1948, no Monumento do Ipiranga, em São Paulo (SP).
E, graças ao trabalho de divulgação das Escrituras Sagradas, desempenhado pela entidade, o Dia da Bíblia passou a ser comemorado não só no segundo domingo de dezembro, mas também ao longo de todas as semanas que antecede a data. Desde dezembro de 2001, essa comemoração tão especial passou a integrar o calendário oficial do país, graças à Lei Federal 10.335, que instituiu a celebração do Dia da Bíblia em todo o território nacional.
Hoje, as celebrações se intensificaram e diversificaram. Realização de cultos, carreatas, shows, maratonas de leitura bíblica, exposições bíblicas, construção de monumentos à Bíblia e distribuição maciça de Escrituras são algumas das formas que os cristãos encontraram de agradecer a Deus por esse alimento para a vida.
Durante o período do Império, aliberdadereligiosa aos cultos protestantes era muito restrita, o que impedia que se manifestassem publicamente. Por volta de 1880, esta situação foi se modificando e o movimento evangélico, juntamente com o Dia da Bíblia, se popularizando.


Pouco a pouco, as diversas denominações evangélicas institucionalizaram a tradição do Dia da Bíblia, que ganhou ainda mais força com a fundação da Sociedade  Bíblica do Brasil, em junho de 1948. Em dezembro deste mesmo ano, houve uma das primeiras manifestações públicas do Dia da Bíblia, em São Paulo, no Monumento do Ipiranga.

Hoje, o dia dedicado às Escrituras Sagradas écomemoradoem cerca de 60 países, sendo que em alguns, a data é celebrada no segundo Domingo de setembro, numa referência ao trabalho do tradutor Jerônimo, na Vulgata, conhecida tradução da Bíblia para o latim. As comemorações do segundo domingo de dezembro mobilizam, todos os anos, milhões de cristãos em todo o País.
 Fonte: O Galileo
Com informações Rede Bom Dia / SBB

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R: êxodo 20-13 (possui 10 letras).

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