sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Considerações sobre Silas Malafaia e a teologia da prosperida


Respeito o pastor Silas Malafaia. Gosto de suas argumentações sobre a defesa da vida e dos valores morais esposados na Palavra de Deus. Considero Malafaia uma pessoa preparada para representar os evangélicos em audiências públicas a respeito do PLC 122, do aborto, etc. Tenho também amigos na igreja pastoreada por ele: a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, na Penha-RJ.

Foi por isso que sempre evitei citar o nome de Malafaia, neste blog. Mas tenho uma palavra para ele e acredito que não ficará indignado contra mim, haja vista ser a minha mensagem bíblica e respeitosa.


Recentemente, Silas Malafaia concedeu uma entrevista à revista Igreja (novembro de 2011) e deu uma resposta que o tornou repreensível, à luz da Palavra de Deus. Peço a todos que admiram esse renomado pastor que não vejam este artigo como um ataque pessoal. Atentem para as referências bíblicas que vou citar e as considerem como palavras inspiradas do Senhor que se aplicam a todos que o servem.


“O senhor está sendo duramente criticado pelo setor mais conservador da igreja por causa da teologia da prosperidade pregada por alguns convidados de seu programa, como Morris Cerrullo e Mike Murdock. Como o senhor responde a estas criticas de que a teologia da prosperidade não tem base bíblica e é uma heresia?” — perguntou o entrevistador, da revista Igreja.


Antes de discorrer sobre a resposta de Malafaia, é importante corrigir duas coisas na pergunta acima. Primeira: não é somente o setor mais conservador da igreja que critica Malafaia por causa da teologia da prosperidade. Não se trata de extremistas combatendo extremistas. Na verdade, todos os cristãos equilibrados, que têm a Bíblia como a sua fonte primária de autoridade, são contrários à falaciosa teologia da prosperidade. Outra correção: tal heresia não tem sido pregada apenas por Morris Cerrulo e Mike Murdock. O próprio entrevistado é um dos seus propagadores.


Vamos à resposta do pastor Malafaia: “Primeiro quem fala isto é um idiota! Desculpe a expressão, mas comigo não tem colher de chá! Por que quando é membro eu quebro um galho, mas pastor não: é um idiota. Deveria até mesmo entregar a credencial e voltar a ser membro e aprender. Para começar não sabe nada de teologia, muito menos de prosperidade. Existe uma confusão e um radicalismo, e todo radicalismo não presta”.


Quem assiste às mensagens de Silas Malafaia, sabe que ele tem estilo próprio. Ele não escolhe muito as palavras. Mas tudo tem limite. Aliás, nosso limite está na Palavra de Deus. E o que está escrito em 1 Pedro 3.15? “Antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”.


Eu não sou perfeito. Silas Malafaia não é perfeito. Nenhum de nós é perfeito. Mas somos todos servos do Senhor. Qual é a recomendação do Senhor aos seus servos, em sua Palavra? Em 2 Timóteo 2.24,25 está escrito: “E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem”.


Que mansidão e temor vemos em xingamentos a pastores? Alguém dirá: “O Silas é assim mesmo. É o jeito dele. Eu o conheço há muito tempo”. Reconheço que cada um tem uma personalidade. Mas, para que existe o fruto do Espírito, isto é, o Espírito Santo agindo em nós? Para moldar o nosso caráter e mudar o nosso interior, a fim de que sejamos astros nesse mundo tenebroso (Mt 5.13-16; Fp 2.14,15) e demonstremos a todos que temos amor, humildade, verdade, alegria, paz, longanimidade, justiça, benignidade, bondade, fé, mansidão, domínio próprio, etc. (Gl 5.22; Ef 5.9; 1 Pe 5.5).


“Há casos em que é preciso botar pra quebrar. Não dou colher de chá para pastores” — Malafaia poderá argumentar. Concordo, em parte. Jesus, o nosso paradigma (1 Jo 2.6; 1 Co 11.1; 1 Pe 2.21), realmente foi firme, quando necessário. Chamou os fariseus de hipócritas e condutores cegos (Mt 23) e Herodes de raposa (Lc 13.32), bem como verberou contra os maus pastores de algumas igrejas da Ásia (Ap 2-3). Entretanto, Malafaia precisa reconhecer — não para concordar comigo — que a sua resposta aos oponentes da teologia da prosperidade tem sido generalizante e desproporcional.


Muitos homens de Deus respeitadíssimos se opõem à teologia da prosperidade e ao pensamento mercantilista de Mike Murdock e Morris Cerullo. São todos eles idiotas que precisam entregar a credencial? O próprio Silas Malafaia, durante muitos anos, foi um ferrenho oponente da teologia da prosperidade. Há, inclusive, vídeos no YouTube que apresentam sua verberação contra essa heresia. Mas ele não entregou a sua credencial de pastor nem voltou a ser membro para aprender. Pelo que tudo indica, a sua mudança de crítico da aludida heresia para propagador dela ocorreu por influência do telemilionário Murdock e outros.


Concordo que todo o extremismo é perigoso, como disse Silas. Não é porque sou contrário à teologia da prosperidade que serei, por causa disso, favorável à teologia da miséria. Afinal, a Bíblia diz que devemos nos contentar com o que temos, e não nos conformar com o que temos (Fp 4.11-13; 1 Tm 6.8-10). Conformar-se é uma coisa. Contentar-se, outra. Posso estar contente com um carro velho, pois o contentamento vem do Senhor. Mas não preciso me conformar com isso, pois Deus pode me dar um carro melhor.


Por outro lado, é evidente que a teologia da prosperidade é uma aberração, à luz da Bíblia. Por quê? Porque ela é reducionista e prioriza a prosperidade material. Ela faz com que toda a mensagem da Bíblia gire em torno de conquista de dinheiro, bens, riquezas. E induz o crente a supervalorizar as coisas desta vida terrena e passageira, em detrimento das “coisas que são de cima” (Cl 3.1,2; 1 Co 15.57).


Sinceramente, penso que o pastor Silas Malafaia é um grande comunicador, uma pessoa muito influente. Gostaria muito que ele fosse mais equilibrado, coerente e adotasse uma conduta em tudo pautada nas Escrituras. Lamento — lamento muito mesmo — por ele ter abraçado a teologia da prosperidade e por usar impropérios contra quem se lhe opõe. Se usasse os dons que Deus lhe deu e o seu carisma para pregar o Evangelho de maneira contundente, com verdade (Jr 23.28), seria muito mais respeitado por cristãos e não-cristãos.


Com temor e tremor,


Ciro Sanches Zibordi

 

Quebrando o mito de que as faculdades são responsáveis pelo desvio dos jovens cristãos

"É preciso estabelecer urgentemente um diálogo franco com os jovens, ajudando-os a encarar os embates e dilemas do mundo atual"
No ano passado, o Grupo Barna divulgou uma interessante pesquisa [1] sobre os cinco mitos e realidades que levam os jovens a se afastarem das igrejas cristãs.
Os mitos apontados pela pesquisa são os seguintes: #mito 1: A maioria dos jovens perdem a fé quando deixam o ensino médio; #mito 2: Deixar a igreja é apenas uma parte natural da maturação dos jovens adultos; #mito 3: Experiências da faculdade são o fator-chave que levam as pessoas a desistirem; #mito 4: A atual geração de jovens cristãos é mais “biblicamente analfabeta; #mito 5: Os jovens irão voltar para a igreja como sempre fazem.
Por ora, gostaria de chamar a sua atenção para o #mito 3.
A realidade apontada pela pesquisa é que, embora a faculdade tenha uma grande influência na vida dos cristãos, ela não é necessariamente o motivo principal do abandono da fé, como muitos supõem. Como prova, o relatório enfatiza que muitos cristãos abandonam a fé bem antes de chegarem à faculdade, alguns inclusive antes dos dezesseis anos de idade.
Sobre este ponto, David Kinnaman, responsável pela pesquisa, diz que o problema decorre da inadequação da preparação de jovens cristãos para a vida além do grupo de jovens. Kinnaman observou que os resultados da investigação mostram que "apenas uma pequena minoria de jovens cristãos tem sido ensinada a pensar sobre questões de fé, vocação e cultura. Menos de um em cada cinco têm alguma ideia de como a Bíblia deve informar os seus interesses escolares e profissionais. E a maioria não dispõe de mentores adultos ou amizades significativas com os cristãos mais velhos, que possam guiá-los a responder perguntas que surgem durante o curso de seus estudos. Em outras palavras, o ambiente universitário não costuma causar a desconexão; apenas expõe o problema da fé-rasa de muitos jovens”.
Como se vê, a pesquisa ajuda a quebrar o velho mito de que um dos grandes fatores responsáveis pelo desvio de muitos jovens cristãos é a universidade. Ficou claro que o problema é anterior ao ingresso ao ambiente acadêmico, em decorrência da falta de preparo por parte dos jovens, tanto para conseguir responder com firmeza aos questionamentos dos fundamentos da fé, ou para fazer uma conexão entre a fé, a cultura atual e os interesses profissionais.
Esta deficiência dos jovens é ocasionada em grande pela inércia das igrejas, que quase nunca oferecem instruções e orientações básicas sobre apologética, cosmovisão cristã e vida profissional aos seus membros. Tanto é assim que outra pesquisa [2] realizada pelo Grupo Barna revelou esta lacuna. Na realidade dos Estados Unidos, apenas 38% dos pastores de jovens e 36% dos pastores titulares afirmaram discutir frequentemente os planos de faculdade com os jovens. No Brasil, acredito eu, este percentual é muito menor.
Será que não está na hora de nossos líderes estabelecerem um diálogo mais efetivo sobre estes temas com a mocidade, oferecendo instruções para que possam responder aos questionamentos da fé, com cursos específicos sobre apologética; ensinamentos que façam a conexão entre o mundo atual e a cosmovisão cristã e ofereçam conselhos sobre a vida universitária e a carreira profissional?
Não é possível que mesmo sabendo dos "bombardeios ideológicos" que os jovens cristãos recebem dentro dos centros acadêmicos, grande parte da liderança se mantenha indiferente, como se nada estivesse acontecendo.
Não. É preciso estabelecer urgentemente um diálogo franco com os jovens, ajudando-os a encarar os embates e dilemas do mundo atual, e a discernir o chamado de Deus em suas vidas, por meio de uma mensagem contextualizada do evangelho, que demonstre a relevância da mensagem bíblica para a sociedade atual.
Caso isso não ocorra, continuaremos a perder nossa juventude, infelizmente!



O fato ocorrido nos jogos Olímpicos de Seul representa categoricamente aquilo que ocorre em outra corrida: a corrida da vida. Todavia, essa carreira, diferentemente, não é medida pela velocidade, mas pela distância que percorremos. O que importa não é a agilidade e sim a maneira como procedemos o caminhar. Ao contrário da história relatada, cuja pista era sem barreiras, na corrida da vida existem não poucos obstáculos pelo caminho. Barreiras essas que às vezes nos levam ao chão como o desaparecimento de um filho, o câncer que assola um pai ou a perda de um ente. Ao cair, muitos levantam-se e prosseguem na caminhada, outros, porém, permanecem inertes.
Na corrida da vida todos querem ser vencedores: o primeiro da turma da escola; o melhor no trabalho; o rapaz rico e o craque do esporte são apenas alguns dos exemplos. Assim, para obterem tais “títulos”, alguns trapaceiam. Utilizam-se desde a simples “cola” no colégio até o furto no trabalho, desde passarem “por cima” do companheiro de serviço até a fraude no esporte. Subterfúgios esses utilizados com o fim exclusivo de chegarem ao primeiro lugar e então serem considerados como os vencedores. 

No geral as pessoas querem vencer. Pretendem obter sucesso e demonstrar isso para a suas famílias, seus amigos e para a sociedade em geral. Ninguém deseja ser um perdedor, ou o “desajeitado” da turma. Por essas e outras que cursos e palestras do tipo “Alcance o sucesso” estão aí sendo ministradas aos montes e lotando os auditórios. Nesses eventos são ensinadas técnicas de auto-ajuda, auto-estima e dicas de como a pessoa deve fazer para se dar bem na vida.

Equívocos

Biblicamente, tanto um quanto outro estão completamente equivocados; ou melhor, tanto a trapaça quanto as técnicas de autoajuda não fazem do indivíduo um verdadeiro vencedor na corrida da vida. Não é a fraude, tampouco as receitas do sucesso ingredientes para a plena vitória. Por que? Vejamos.

A resposta está, primeiramente, na forma como encaramos a nossa corrida. Se acreditarmos que a pista que percorremos possui somente alguns metros de distância, cuja chegada está bem ali, no final da nossa passageira existência, poderíamos, então, ter como certo, que o subterfúgio da trapaça seria a melhor opção para sermos os vencedores. Entretanto, a pista da nossa corrida é bem mais distante que qualquer maratona olímpica. Nosso tempo de existência é somente a largada de uma eternidade que nos aguarda, cujo final pode ser bom ou ruim. E quanto àqueles que trapacearam, serão pegos no maior de todos os exames: o exame de Deus da consciência do homem. Assim, os que começaram bem, terminarão mal. Os que pensavam serem os vencedores, serão, na realidade, os perdedores.

Os verdadeiros vencedores

Afirmei que a corrida é longa e que está repleta de obstáculos. Assim, as dicas de autoajuda para o sucesso e as receitas de vitória não têm valor algum diante das barreiras da vida. A tristeza, a solidão, a depressão ou a amargura que abate o ser humano não desaparecem somente com o fato de seguirmos as ideias dos palestrantes do sucesso, que no geral enfatizam o poder do homem com base no “você pode” ou “você faz”.
Na corrida da vida precisamos de um apoio extra. De Alguém, que não nós mesmos, para nos auxiliar a “pular” os obstáculos dessa carreira. E a única pessoa capaz de fazer isso chama-se JESUS! Ele, além de nos ajudar a passar pelas dificuldades, leva-nos ainda para a melhor fase da corrida: a eternidade.

Deus tem pleno controle sobre todas as circunstâncias. Todas as situações em que nos envolvemos estão sob o controle dEle. Ele é soberano e tem a melhor dica de como a pessoa pode se dar bem na vida: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (Mat. 11:28).

O verdadeiro vencedor é aquele que, apesar das dificuldades, consegue, com a ajuda de Cristo, passar por todos os obstáculos, sem com isso renunciar a dignidade. É aquele que, mesmo na adversidade, prossegue avante, pois com Cristo nossa caminhada adquire novas proporções. Passamos a compreender que é pela forma de caminhar que se torna um verdadeiro vencedor.

Paulo expôs a diferença entre o atleta comum e um atleta cristão: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar um coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não batendo no ar” (I Cor. 9:24-26).
Assim, o verdadeiro vencedor não é aquele que obtém uma vitória passageira, mas sim aquele que conquista a vitória eterna.
Fonte:CPAD NEWS

As origens e os equívocos da Teologia da Prosperidade e da Confissão Positiva

Conheça as origens e os pressupostos equivocados da TP e da Confissão Positiva
Já há alguns anos que grassa no Brasil uma doutrina divorciada da Palavra de Deus e que sobrevive justamente da distorção da interpretação do texto bíblico. Infelizmente, ela ainda prepondera no meio evangélico brasileiro, devido à influência midiática das igrejas neopentecostais, principais seguidoras e disseminadoras desses ensinos. Trata-se da Teologia da Prosperidade, que também responde pelo nome de Confissão Positiva, que nada mais é do que o seu arcabouço argumentativo.

A Teologia da Prosperidade é o ensino de que o cristão verdadeiro tem o direito de obter a prosperidade financeira e está imune a todas as doenças, podendo inclusive exigir tais coisas de Deus durante a vida presente sobre a Terra. Para isso, basta apenas que use o nome de Jesus e “chame a existência aquilo que não existe”, imitando o que Deus fez na criação do mundo.

O primeiro propugnador desse ensino espúrio foi o norte-americano Essek William Kenyon (1867-1948), que foi pastor de várias igrejas nos Estados Unidos, tendo até fundado uma denominação para ele. Influenciado por ideias de seitas que pregavam o poder da mente, a crença na inexistência de doenças pelo poder da mente e o poder do pensamento positivo, Kenyon criou sua doutrina de Prosperidade. Tudo começou quando frequentava a Escola de Oratória Emerson, em Boston, considerada o berço das ideias filosóficas do movimento denominado Novo Pensamento. Os principais ensinos desse movimento eram a cura, a saúde, a abundância, a prosperidade, a riqueza e a felicidade, e todas via o poder da mente.

O sistematizador do chamado Novo Pensamento foi um homem chamado Phineas Parkhust Quimby (1802-1866), que teve seus ensinamentos repercutidos no final do século 19, logo depois de sua morte. Quimby baseou sua filosofia em seus estudos sobre o espiritismo, o ocultismo, a hipnose e a parapsicologia de forma geral.

Conta o Dicionário do Movimento Pentecostal (CPAD) que “Foi Quimby quem disse ter curado Mary Baker Patterson Eddy, a fundadora da Ciência Cristã, em 1862. Ele tentou tornar a feitiçaria confiável usando a linguagem científica. Parece que o termo ‘Ciência Cristã’, usado por Eddy, fora criado por Quimby, junto com suas formulações teóricas, as quais se tornaram a base para a seita Ciência da Mente, que Eddy fundou. Quimby rotulou a sua formulação de ‘a ciência de Cristo’”.

Os seguidores de Quimby, os chamados quimbistas ou adeptos do Novo Pensamento, chegavam ao ponto de negar a existência da matéria, do sofrimento, do pecado e da enfermidade, dizendo que dores, enfermidades e desgraças poderiam ser banidos pelo poder da mente. Foi sob a influência dessa espécie de xamanismo (bruxaria) científico do Novo Pensamento que Kenyon criou sua doutrina, denominada originalmente de “a confissão positiva da Palavra de Deus”. Ele tentou fazer uma fusão entre os ensinos de Quimby e a Bíblia. Ele tentou adaptar sua crença nos ensinos do Novo Pensamento à Bíblia.

Apesar de Kenyon ser considerado o pai desse ensino espúrio, é outro nome que se destaca no mundo estando ligado a ele. Trata-se de um dos maiores discípulos de Kenyon, o homem que mais popularizou a Teologia da Prosperidade no mundo: o pastor norte-americano Kenneth Hagin (1917-2003).

Hagin era um batista que creu nas doutrinas bíblicas pentecostais e filiou-se à Assembleia de Deus norte-americana, tendo, inclusive, sido pastor nela. Porém, seu apreço aos ensinamentos de Kenyon o levaram à Confissão Positiva. Hagin, então, saiu da Assembleia de Deus, tendo peregrinado por algumas outras igrejas até, finalmente, fundar a sua própria aos 30 anos, época em que fundou também o Instituto Bíblico Rhema, grande centro divulgador de suas ideias.

Além de Hagin, são responsáveis também pela popularização dessas ideias nomes como os pastores Kenneth Copeland, Frederick Price e Charles Capps, menos conhecidos no Brasil, mas tão populares como Hagin nos Estados Unidos. Aliás, não é à toa que, em 1979, Hagin, Kenneth Copeland, Frederick Price, Charles Capps e outros ensinadores da Confissão Positiva resolveram se unir e fundaram a Convenção Internacional de Igrejas da fé, em Tulsa, Oklahoma.

Hagin ensinava que todo cristão verdadeiro deverá ter sempre saúde plena e riquezas, de sorte que toda doença ou pobreza é sinal de “maldição”. Afirmava ele: “Todo cristão deve esperar viver uma vida plena, isenta de doenças”. Ele cria que o crente fiel deve viver pelo menos 80 anos “sem dor ou sofrimento” e que quem ficasse doente é porque não reivindicava seus direitos ou não tinha fé. Ainda hoje, os seguidores de Hagin enfatizam que o crente deve ter carros novos, casas novas e próprias, as melhores roupas e uma vida de luxo.

A Confissão Positiva prega a chamada “Fórmula da Fé”, que se resume a quatro pontos: “Diga a coisa” (ensinava Kenyon, e repetia Hagin, que “De acordo com o que o indivíduo quiser, ele receberá”); “Faça a coisa” (ou seja, depois de afirmar, faça conforme a sua afirmação, como se já tivesse recebido aquilo que você determinou ou decretou; “De acordo com sua ação, você será impedido ou receberá”, ensinava hagin sobre esse ponto); “Receba a coisa” (viva como se já tivesse recebido o que você decretou); e “Conte a coisa” (fale da coisa às pessoas como se você já a tivesse recebido). Segundo Hagin, o crente, ao orar, deve utilizar termos como “exijo”, “decreto”, “determino” e “reivindico”, em lugar de dizer “peço”, “rogo” e “suplico”. Aliás, de acordo com ele, o crente nunca deve dizer “se for da Tua vontade”, pois isso “destrói a fé”.

Os muitos equívocos da Confissão Positiva
O pastor Esequias Soares, líder da Assembleia de Deus em Jundiaí (SP) e da Comissão de Apologia da CGADB, destaca os equívocos da Teologia da Prosperidade. “Para fundamentar a Teologia da Prosperidade, seus expoentes apresentam um Jesus rico e muito próspero financeiramente quando esteve entre nós. Afirmam ainda que Jesus vivia numa casa grande, administrava muito dinheiro, por isso precisava de um tesoureiro, e usava roupa de griff. Cremos não haver necessidade de refutar tais idéias. Comparemos, por exemplo, Lucas 2.21-24 com Levítico 12.2-4,6,8 e 9.58, e veremos que a família de Jesus não era rica”, lembra pastor Esequias.

Pastor Esequias ressalta ainda a confusão que os adeptos da Confissão Positiva fazem entre os termos logos e rhema. “Hagin faz diferença entre as palavras gregas rhema e logos. Ambas significam ‘palavra’. Ele afirma que logos é a palavra de Deus escrita, a Bíblia, e que rhema é a palavra falada por Deus em revelação ou inspiração a uma pessoa em qualquer época, de modo que o crente pode repetir com fé qualquer promessa bíblica, aplicando-a à sua necessidade pessoal, e exigir seu cumprimento. A base da Confissão Positiva é a fé. O crente deve declarar que já tem o que Deus prometeu nos textos bíblicos e tal confissão pode trazer saúde e prosperidade financeira. A confissão negativa, por sua vez, é reconhecer a presença das condições indesejáveis. Em outras palavras, você nega a existência da enfermidade e ela simplesmente deixará de existir. Isso é o que ensinava Quimby e ensina ainda hoje a seita Ciência Cristã. Ora, atribuir tanta autoridade assim às palavras de uma pessoa extrapola os limites bíblicos. Além disso, não é verdade que haja essa diferença entre logos e rhema”, afirma pastor Esequias.

O apologista e teólogo lembra ainda que “Deus é Senhor e soberano e nós os seus servos. O Senhor Jesus nos ensinou, na chamada Oração do Pai Nosso: ‘Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu’, Mt 6.10. Essas duas palavras gregas são usadas alternadamente para indicar a Bíblia. A Septuaginta usou o termo rhema tou theou, ‘palavra de Deus’, para designar a Bíblia em Isaías 40.8. A mesma expressão reaparece no Novo Testamento grego (1Pe 1.25). Isso encontramos também nos escritos paulinos (Ef 6.17) e, no entanto, encontramos também logos tou theou para designar a Bíblia em Marcos 7.13. A Bíblia diz que devemos confessar nossas culpas para que sejamos sarados (Tg 5.16) e isso não parece ser Confissão Positiva. O apóstolo Paulo afirma haver se contentado com a abundância e com a escassez (Fp 4.11-13). É verdade que a doença é conseqüência da Queda do Éden, mas dogmatizar que todos os enfermos estão em pecado ou não têm fé é ir além do que está escrito. Há casos de pessoas que foram enfermas por desobediência a Deus (Nm 12.10). Por outro lado, há casos de homens de Deus serem enfermos fisicamente. Timóteo (1Tm 5.23) e Trófimo (2Tm 4.20) são exemplos. Devemos ter discernimento para sabermos quando o caso é puramente clínico e quando é espiritual”, destaca o líder.

Ressalta ainda pastor Esequias: “As Sagradas Escrituras ensinam que nem a pobreza nem a riqueza são virtudes, e elas não tratam a pobreza com desdém. Não devemos ir para um extremo e nem para o outro (Pv 30.8-9). É verdade que a riqueza é bênção de Deus, desde que seja adquirida de maneira honesta, não vise exclusivamente aos deleites (Tg 4.3) e não venha dominar a pessoa. Também é bom saber que a pobreza não é símbolo de maldição divina (Pv 17.1 e 1Tm 6.7-9). A Confissão Positiva é uma crença sem fundamento bíblico”.

Ao final, o líder faz um alerta. “Algumas pessoas vêem as aberrações da Confissão Positiva, mas às vezes hesitam em rebater esses abusos temendo dividir o povo de Deus, ou até mesmo ser reputado como incrédulo ou anti-pentecostal. Nós cremos no sobrenatural de Deus e na obra do Espírito Santo. Somos testemunhas de curas e outros milagres que o Senhor Jesus tem operado em nosso meio. Isso são promessas de Deus exaradas na Bíblia (Mc 16.17-20 e Jo 14.12). Nem por isso vamos ser ingênuos para aceitar doutrinas sem base bíblica. Jesus disse: ‘Sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas’, Mt 10.16”, conclui

Fonte:CPAD NEWS

Revistas/Ensinador Cristão

 


MATÉRIA DE CAPA - Página 06
Formação continuada
Como professores podem abordar esses temas na sala de aula
Quando analisamos o processo pelo qual a aprendizagem se dá, observamos que este tem se desenvolvido continuamente ao longo de diferentes épocas históricas, desde as mais longínquas civilizações judaicas, egípcias, gregas, persas, até as mais modernas sociedades contemporâneas.

CONVERSA FRANCA - Página 11

A ED não pode ficar restrita ao templo
Com magistério no Ensino Médio e muitos períodos de Pedagogia e Jornalismo, nossa entrevistada se encontrou mesmo foi na psicologia – o que se tornou mais uma ferramenta de Deus para o seu ministério: levar a ED a quem não pode ir até ela. Formada também em Teologia e atuando como conselheira tutelar, a experiente professora de educação infantil e coordenadora do Departamento de Família da Assembleia de Deus em Gaspar (RS), Silvania Janoelo dos Santos leva o Evangelho para crianças em orfanatos.

ED EM FOCO - Página 10
7º Con
gresso Nacional de Escola Dominical
A Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), conhecida como a Editora da Escola Dominical, realizará de 10 a 13 de outubro, no Rio de Janeiro, o 7º Congresso Nacional de Escola Dominical. O local escolhido para receber o evento é o Riocentro, na zona oeste da capital fluminense e eleito o melhor centro de convenções da América Latina. Preletores nacionais e internacionais estão confirmados. Continue lendo...

EXEMPLO DE MESTRE – Página 17
William Perkins

O homem que “moldou a piedade de toda uma nação”
William Perkins nasceu em 1558, filho de Thomas e Hannah Perkins, na aldeia de Marston Jabbett, na paróquia de Bulkington, Warwickshire, Inglaterra. Quando jovem, ele se entregava à embriaguez e à vida de dissolução. Em 1577, ele ingressou em Cambridge, onde se formaria em Teologia em 1581 e chegaria ao mestrado em 1584. Foi como estudante que Perkins sofreu uma conversão poderosa.

PROFESSOR EM AÇÃO – Página 44
O lugar do conteúdo na prática docente cristã

Tempos atrás, muitos professores pensavam que o conteúdo era uma fonte de conhecimento que deveria ser esgotada a qualquer custo. Hoje se sabe que “quantidade de conteúdo” não é fundamental no processo de aprendizagem. O que realmente interessa é o desenvolvimento harmônico (área cognitiva, afetiva e psicomotora), o crescimento integral do aluno e o que ele de fato pode fazer com as informações recebidas.


EM EVIDÊNCIA - Página 46
Ações implementadas pela coordenadoria elevam qualidade da ED

A Assembleia de Deus em Guarulhos, setor 19 do ministério no Belém (SP), passou por momentos de reformulações administrativas na Escola Dominical. Tudo começou quando pastor José Wellington Costa Junior, líder setorial, decidiu criar uma coordenadoria geral para atender a todas as igrejas em Guarulhos. O objetivo é manter foco específico na satisfação das necessidades educacionais dos alunos de ED. Para tal tarefa, foi selecionado o pastor Josanias Gonçalves Ramos Junior, administrador de empresas e professor de Ética Pastoral, Ministerial e Educação Cristã na extensão da Faculdade Evangélica de São Paulo (Faesp).

E mais...        

Dinâmicas de grupo para todas as faixas etárias

SUBSÍDIOS

Subsídio semanal para A Verdadeira Prosperidade

Ensinador Cristão, Número 49, Ano 12 / 2011, CPAD.
Formato: 20,5 x 27,5 cm / 52 páginas
Acabamento: Grampo
Periodicidade: Trimestral

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7º Congresso Nacional de Escola Dominical: RJ sediará o evento

Em 2012, o evento que tem marcado a história da Escola Dominical no país, será no Rio de Janeiro! Organize sua caranava!




A Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), conhecida como a Editora da Escola Dominical, realizará de 10 a 13 de outubro de 2012, no Rio de Janeiro, o 7º Congresso Nacional de Escola Dominical. O local escolhido para receber o evento é o Riocentro, na zona oeste da capital fluminense, eleito o melhor centro de convenções da América Latina. Além dos preletores nacionais, palestrantes internacionais também estão confirmados.

Irmão Ronaldo Rodrigues de Souza, diretor-executivo da CPAD disse que a CPAD continua em seu permanente propósito de promover o ensino sistemático da Palavra de Deus: “fazemos isto através da centenária e maior escola do mundo, a Escola Dominical. Entendemos ser o melhor caminho para os crentes em Jesus Cristo alcançarem uma vida de santidade a fim de estarem preparados para testemunharem do Evangelho, tendo um posicionamento bíblico, cristalino e influente quanto às questões que a sociedade está mergulhada, distante de Deus. O 7º Congresso Nacional de Escola Dominical tem este objetivo. Com o tema baseado em João 17.17 ‘Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade’ a CPAD está finalizando a temática e terá a presença de preletores nacionais e internacionais. Que o Senhor Deus possa usar poderosamente estes homens e mulheres em mais este evento que tem sido um marco na história da educação cristã em nosso país”, declara irmão Ronaldo Rodrigues.

O pastor Claudionor de Andrade, gerente do setor de Publicações da CPAD, explica que o tema escolhido tem por objetivo realçar a importância da Bíblia Sagrada como a inerrante e eficaz Palavra de Deus em meio aos ataques sofridos pelos pensamentos pós-modernos.

Os congressistas contarão com uma estrutura organizacional característica dos grandes eventos promovidos pela CPAD, que inclui plenárias, workshops, palestras inéditas, seminários com dinâmicas, mesas de debates, memorial da Escola Dominical e o Prêmio Professor do Ano.

De acordo com Marilene Ramos, chefe do setor de Eventos da CPAD, uma cidade do Sudeste foi escolhida para sediar o evento por que os dois últimos Congressos aconteceram no Nordeste.

“Após analisarmos com a diretoria da Casa alguns pontos, chegamos à conclusão de que, no momento, o Rio de Janeiro seria o melhor local. Consideramos a estrutura já preparada para receber jogos da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, o Rio como vitrine para o mundo nos próximos anos e o fato de a cidade estar passando por um bom momento no que diz respeito à segurança. Isso garantirá aos irmãos que vierem ao Congresso maior tranquilidade. A estrutura do local do evento, o Riocentro, também nos possibilitará bater o recorde de público participante. Nosso maior público das edições foi em São Paulo, com cerca de 2,8 mil pessoas, e no evento deste ano estamos nos preparando para receber até cinco mil pessoas. A estrutura que teremos à disposição nos proporcionará maior comodidade. Além, é claro, de a sede da CPAD ser na cidade e dispormos de facilidades para o apoio logístico. Isso viabiliza maior qualidade nos serviços prestados à Igreja do Senhor”, detalha Marilene.

Participe do Congresso Nacional de ED, que tem marcado a história da Escola Dominical em nosso país. Desde já, forme a sua caravana para participar. Mais informações no site www.cpadnews.com.br, no site de eventos da CPAD (www.cpad.com.br/eventos) e no jornal Mensageiro da Paz.


Ensinador Cristão, Número 49, Ano 12, 2011, Página 10, CPAD.
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Líder paraense indicado ao Nobel da Paz




Líder paraense indicado ao Nobel da Paz
O líder da Convenção Interestadual de Ministros e Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Estado do Pará (COMIEADEPA), pastor Gilberto Marques, é um dos indicados ao Prêmio Nobel da Paz em 2012. A comissão brasileira, responsável pela indicação do ministro paraense, é composta por grupo de pastores liderados pelo radialista MM do Brazil.

O Nobel da Paz é um dos seis prêmios legados pelo inventor da dinamite, o sueco Alfred Nobel. Segundo a vontade do acadêmico, o prêmio deveria distinguir “a pessoa responsável pela maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz”, reza documento do Comitê Nobel.

Os indicados são criteriosamente avaliados, segundo os rigores do Comitê Internacional do Nobel. Em seguida um grupo de conselheiros fixos e especiais - ou seja, que conhecem profundamente a história de determinados candidatos - analisa as candidaturas. O laureado recebe o prêmio na Cerimônia do Prêmio Nobel da Paz, em dezembro, na cidade de Oslo, na Noruega, das mãos do presidente da fundação responsável, Sr. Thorbjorn Jagland.


Fonte:Redação CPAD News


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Eu, o menino e o cachorro...



por Josué Gonçalves

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E eu só reclamava da vida... reclamava da noite porque eu não dormia,reclamava do dia porque eu sofria,reclamava do frio que me gelava a alma,reclamava do calor que me atirava ao desânimo. Para tudo e para todos eu tinha uma resposta, para a minha derrota eu sempre tinha um culpado, para o meu desamor sempre tinha um "alguém", para tudo uma reclamação, eu era o próprio azedume. Ai de quem me criticasse, que apontasse o erro que eu não enxergava, para tudo tinha que haver um culpado, eu era a vítima do sistema, das pessoas, do mundo, eu sempre fui traído, enganado, sofrido... Carregava aquela cruz pesada de ódio, e eu só reclamava da vida, seja de noite, seja de dia. Até que um dia, um menino, desses meninos de rua, me pediu uma ajuda, e eu já estava pronto para ofendê-lo, quando ele pegou na minha mão e arrastou-me, se é que um menino tão pequeno teria essa força. No canto da rua ele me mostrou um cachorro muito sujo, que estava com a pata como que quebrada e cheio de feridas. O menino puxou a minha mão e fez chegar perto do cachorro. Ele olhava pra mim e depois para o cachorro, e falou numa voz que eu não consigo esquecer: - Moço, sara ele pra mim! é o meu melhor amigo. Não sei porque e nem quero saber, mas eu não agüentei e chorei...Chorei como criança, como quem abre uma torneira, como se uma porta que estava fechada há muito tempo dentro de mim, se abrisse escancaradamente... O menino não entendeu o meu choro e perguntou:- Ele vai morrer moço? è grave assim...Despertei do meu choro e agarrei aquele cachorro com muito cuidado. Levei-o até a minha casa, poucos quarteirões dali, e tratei daquele cachorro como se fosse um filho, e o menino, que vivia pelas ruas, foi ficando, e cuidou de mim, curou minhas feridas, antes mesmo de eu curar as feridas do cachorro. Hoje, não reclamo mais de nada, tudo para mim tem um sentido, tudo é perfeito, até o que dá errado. Faz 16 anos que o menino de rua pegou na minha mão, mudou a minha vida, transformou esse ser. Mostrou-me o caminho do amor, amor que restaura, cura, seca feridas, renova, traz esperança, e esperança é o nome do amor. E esse menino, que hoje me chama de pai, destranca portas e janelas da minha alma todos os dias, quando segura na minha mão e me agradece por cada coisa tão pequena, os banhos, as roupas, a comida, a escola, a adoção, coisas que muita gente tem e não dá nenhum valor, ele me recompensa com carinho e dedicação. Hoje é a sua formatura, e eu nem sei o que dizer, sou grato a Deus por ele entrar na minha vida, por quebrantar meu coração, e não largar mais a minha mão. Hoje eu bendigo a vida. Valorize a sua vida, preencha-a com o amor.

Por Paulo Roberto Gaefke
Fonte:Família meu maior patrimônio

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O Contrato de Casamento

(por Stephen Kanitz)

Na semana passada comemorei trinta anos de casamento. Recebemos dezenas de congratulações de nossos amigos, alguns com o seguinte adendo assustador: "Coisa rara hoje em dia". De fato, 40% de meus amigos de infância já se separaram, e o filme ainda nem terminou. Pelo jeito, estamos nos esquecendo da essência do contrato de casamento, que é a promessa de amar o outro para sempre.

Muitos casais no altar acreditam que estão prometendo amar um ao outro enquanto o casamento durar. Mas isso não é um contrato.
Recentemente, vi um filme em que o mocinho terminava o namoro dizendo "vou sempre amar você", como se fosse um prêmio de consolação. Banalizamos a frase mais importante do casamento. Hoje, promete-se amar o cônjuge até o dia em que alguém mais interessante apareça. "Eu amarei você para sempre" deixou de ser uma promessa social e passou a ser simplesmente uma frase dita para enganar o outro.

Contratos, inclusive os de casamento, são realizados justamente porque o futuro é incerto e imprevisível. Antigamente, os casamentos eram feitos aos 20 anos de idade, depois de uns três anos de namoro. A chance de você encontrar sua alma gêmea nesse curto período de pesquisa era de somente 10%, enquanto 90% das mulheres e homens de sua vida você iria conhecer provavelmente já depois de casado. Estatisticamente, o homem ou a mulher "ideal" para você aparecerá somente, de fato, depois do casamento, não antes. Isso significa que provavelmente seu "verdadeiro amor" estará no grupo que você ainda não conhece, e não no grupinho de cerca de noventa amigos da adolescência, do qual saiu seu par. E aí, o que fazer? Pedir divórcio, separar-se também dos filhos, só porque deu azar? O contrato de casamento foi feito para resolver justamente esse problema. Nunca temos na vida todas as informações necessárias para tomar as decisões corretas.

As promessas e os contratos preenchem essa lacuna, preenchem essa incerteza, sem a qual ficaríamos todos paralisados à espera de mais informação. Quando você promete amar alguém para sempre, está prometendo o seguinte: "Eu sei que nós dois somos jovens e que vamos viver até os 80 anos de idade. Sei que fatalmente encontrarei dezenas de mulheres mais bonitas e mais inteligentes que você ao longo de minha vida e que você encontrará dezenas de homens mais bonitos e mais inteligentes que eu. É justamente por isso que prometo amar você para sempre e abrir mão desde já dessas dezenas de oportunidades conjugais que surgirão em meu futuro. Não quero ficar morrendo de ciúme cada vez que você conversar com um homem sensual nem ficar preocupado com o futuro de nosso relacionamento. Nem você vai querer ficar preocupada cada vez que eu conversar com uma mulher provocante. Prometo amar você para sempre, para que possamos nos casar e viver em harmonia". Homens e mulheres que conheceram alguém "melhor" e acham agora que cometeram enorme erro quando se casaram com o atual cônjuge esqueceram a premissa básica e o espírito do contrato de casamento.

O objetivo do casamento não é escolher o melhor par possível mundo afora, mas construir o melhor relacionamento possível com quem você prometeu amar para sempre. Um dia vocês terão filhos e ao colocá-los na cama dirão a mesma frase: que irão amá-los para sempre. Não conheço pais que pensam em trocar os filhos pelos filhos mais comportados do vizinho. Não conheço filho que aceite, de início, a separação dos pais e, quando estes se separam, não sonhe com a reconciliação da família. Nem conheço filho que queira trocar os pais por outros "melhores". Eles aprendem a conviver com os pais que têm.

Casamento é o compromisso de aprender a resolver as brigas e as rusgas do dia-a-dia de forma construtiva, o que muitos casais não aprendem, e alguns nem tentam aprender. Obviamente, se sua esposa se transformou numa megera ou seu marido num monstro, ou se fizeram propaganda enganosa, a situação muda, e num próximo artigo falarei sobre esse assunto. Para aqueles que querem ter vantagem em tudo na vida, talvez a saída seja postergar o casamento até os 80 anos. Aí, você terá certeza de tudo.