Prontos a falar e tardios em ouvir
A língua é um pequeno órgão. No entanto, concentra alta capacidade para abençoar ou maldizer. Com ela o homem é capaz de elevar ou destruir, trazer vida ou matar, agregar ou desagregar. No entanto, todos dependemos dela de uma ou outra forma.
Nas redes sociais, nenhum outro assunto foi tão comentado quanto as infelizes declarações do apresentador Rafinha Bastos, integrante do CQC, na rede Bandeirantes de televisão. Em uma enxurrada de declarações infelizes, ele vem sendo alvo de várias críticas e reflexões sobre o que diz em rede nacional.
O fato é que Rafinha Bastos se tornou vítima daquilo que Tiago expões no Novo Testamento, que a língua faz tropeçar. “Um pequeno membro que se gloria de grandes coisas” (Tg 3:5).
O uso inadequado da língua fere sentimentos e emoções, a língua modela idéias, cria movimentos. É um instrumento, quando mau usado de intensa força e magnitude. Precisamos tomar cuidado com a língua e a linguagem, fruto direto do uso da língua. Comentários discriminatórios e preconceituosos geram forte repúdio social, e é isso que aconteceu com Rafinha Bastos, ele não é só culpado do que diz, mas a própria vítima do que diz, pois a sua língua o condenou, e não a sociedade como ele afirma!
A língua é capaz de realizar mudanças profundas em nossa vida e na vida de outras pessoas. As palavras são pequenas sílabas com poder destruidor que pode ser comparado com uma bomba atômica. O funcionamento da bomba atômica é similar. Composta com urânio, essa explosão de átomos é deflagrada a partir da fissão nuclear, um átomo que entra em fissão multiplica-se em dois, os dois em quatro até chegar em milhões de milhões causando todo o poder de destruição da bomba. Nossa língua tem o mesmo poder, nossas palavras podem abençoar ou amaldiçoar a vida de uma pessoa, e destruir muitas coisas. O livro de provérbios também destaca: "A morte e a vida estão no poder da língua" (Pv 18.21), isto é, em nossas palavras há a capacidade de transformar uma situação em positiva ou negativa. Retorno a Tiago: “A língua também é fogo, como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno” (Tg 3.6).
Aquele que é guiado pela concupiscência, quando alcança uma posição de destaque, os deslizes com as palavras e os erros conceituais são inevitáveis. Rafinha é vítima da fama e da irresponsabilidade no uso das palavras. Sua língua é o seu mentor. Ele fala e depois pensa, faz o uso inadequado da capacidade divina de ser responsável. Estão prontos a falar e tardios em ouvir.
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