Lição 13
A
VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRENTE
Texto Áureo: Mt. 6.6 –
Leitura Bíblica: Mc. 1.35-45
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Existem pessoas que se tornam evangélicas por vários motivos:
financeiros, políticos, entre outros. Os discípulos perguntaram a Jesus o que
eles receberiam por terem deixado tudo para segui-LO (Mt. 19.27). Paulo atestou
que muitos seguem a Cristo por razões diversas (Fp. 1.17,18). Na lição de hoje
estudaremos a esse respeito, mostraremos que nem todas as motivações do crente,
em relação ao seguir a Cristo, são verdadeiras.
1. MOTIVAÇÕES E
MOTIVAÇÕES
A palavra motivação, no
dicionário, é definida como uma força interna que faz com que as pessoas tomem
determinadas decisões e atitudes. As motivações são as mais diversas, e elas,
na maioria das vezes, variam de pessoa para pessoa. Existem motivações
individuais e coletivas, que persistem e outras que se modificam ao longo do
percurso. A motivação sempre tem a ver com objetivos, isto é, com o interesse
aonde determinada pessoa ou grupo pretende chegar. Algumas motivações são
inatas, como a de conseguir alimento para satisfazer a fome. Mas a maioria
delas é adquirida, depende da cultura, e do que as pessoas privilegiam como
necessidade. Alguns estudiosos distinguem quatro tipos básicos de necessidades:
psicológicas (comer e se vestir), segurança (ordem, estabilidade, rotina),
social (amor, afeição, pertencimento), estima (prestígio, independência,
status) e autorrealização (emprego e sucesso). Essas motivações são
categorizadas a partir de uma perspectiva sociológica, que leva em consideração
a relação necessidade e consumo. Mas na perspectiva cristã, existem outras
motivações, dentre elas: fé, esperança e amor (I Co. 13. 13; I Ts. 1.3). Os
profissionais que atuam na área de marketing são especialistas em identificar
as motivações das pessoas. Outra especialidade da propaganda é a de construir
necessidades. O consumismo – que não pode ser confundido com consumo - se alimenta
da criação de necessidades e motivações. O cristianismo pode, em alguns contextos, ser
comparado a uma mercadoria. Há pessoas que o compram de acordo com suas
conveniências, a esse respeito Paulo chamou a atenção do jovem pastor Timóteo e
da igreja que este liderava (II Tm. 4.1-4).
2. AS FALSAS MOTIVAÇÕES
DO CRENTE
O crescimento do movimento evangélico no Brasil tem favorecido a
existência de uma geração de crentes cujas motivações nada têm de bíblicas.
Algumas dessas pessoas estão aderindo às igrejas pelos motivos mais diversos e
descabidos. A adoção de um modelo evangélico mercantilista, pautado na
prosperidade financeira, está atraindo pessoas para as igrejas com interesses
meramente monetários. Não são poucas as pessoas que se achegam às igrejas
perguntando: o que eu vou ganhar com isso? Os discursos propagados por algumas
igrejas televisivas mostram essa realidade. Os adeptos dessa teologia deturpada
testemunham da fortuna que fizeram ao adquirir o “produto” de determinada
igreja. Há “artistas”, que na verdade nada entendem de arte, que vem para a
igreja depois do fracasso na mídia. Como não conseguem mais se projetar na
mídia, inventam que são crentes para venderem seus cds gospel entre os
evangélicos. As músicas por eles compostas são de péssima qualidade, não passam
de vãs repetições, não têm qualquer respaldo bíblico. O culto às celebridades
instantâneas e temporárias, decorrentes dos realities shows, também alcançou as
igrejas evangélicas. Houve um tempo em que as pessoas eram respeitadas pelo
conhecimento bíblico que tinham, e pela vida que testemunhavam. A exposição da
Bíblia está sendo substituída, em alguns púlpitos, pelos tristemunhos desses
“artistas”. Em entrevista a um canal de televisão, uma modelo (não sei para
quem) afirmou que frequentava a igreja porque saia daquele lugar com “alto
astral”. As motivações dessas pessoas, ao aderiram a essas igrejas, são meramente
utilitaristas. Os “pastores” estão alimentando esse ciclo na medida em que
propagam um evangelho que não e o de Jesus Cristo (Gl. 1.9).
3. AS VERDADEIRAS
MOTIVAÇÕES DO CRENTE
As motivações verdadeiras do crente são respaldadas pela Palavra de
Deus, isso porque é Deus, e não o homem, que diz o que realmente necessitamos.
A primeira necessidade do ser humano é a de um Salvador. O salário do pecado é
a morte, a condenação eterna (Rm. 6.23), e como todos pecaram (Rm. 3.23), a
salvação torna-se uma necessidade prioritária. Deus enviou Seu Filho Jesus
Cristo para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna
(Jo. 3.16). Essa é uma mensagem simples, mas que está sendo esquecida em muitas
igrejas evangélicas. O novo nascimento e a santificação tornaram-se doutrinas
impopulares, por isso, não são mais ensinadas, é mais vantajoso –
principalmente do ponto de vista financeiro - instigar à prosperidade. Mas isso
tudo é vaidade, é aflição de espírito, ou como verte uma tradução de Ec. 2.17,
é “correr atrás do vento”. A principal motivação do crente deve ser dar glória
a Deus, viver para Ele, pois para isso fomos criados (Is. 47.12; I Co. 10.31;
Ef. 1.12). A teologia predominante no contexto evangélico brasileiro é
antropocêntrica, isto é, coloca o ser humano no centro, ao invés de Deus. O
crente não foi chamado para a fama, mas para a simplicidade (Mt. 10.16), a
ostentação não é cristã, no evangelho de Cristo não há lugar para soberba (Jo.
13.34,35). O próprio Cristo veio para servir, não para ser servido (Mc.
10.42-45), quem quiser ser o primeiro no Reino de Deus que seja o último (Mt.
20.27). O Reino de Deus está acontecendo, neste exato momento, longe dos
holofotes da mídia. Pastores e crentes estão labutando para Deus no anonimato. O
discurso do sucesso tem atingido muitos crentes, resultando em uma geração de
decepcionados, em virtude das irrealizações. O próprio pastorado, excelente
quando levado a sério, não ficou para todos (I Tm. 3.1-7), e alguns crentes, por
não conseguirem chegar a essa posição eclesiástica, também se frustram.
CONCLUSÃO
A verdadeira motivação do crente deve
ser sempre a de estar com
Cristo, a de permanecer nEle, independentemente das circunstâncias, para
dar frutos (Jo. 15.1-8). E justamente crescer em santidade,
desenvolvendo o fruto
do Espírito, deveria ser a meta de todo cristão genuíno (Gl. 5.22).
Cristo não
prometeu riqueza, fama e poder no presente século. Por isso, a motivação
verdadeira do crente deve ser a de continuar no centro da vontade de
Deus (Rm.
12.1,2).
BIBLIOGRAFIA
CABRAL, E. A síndrome do canto
do galo. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
GONCALVES,
J. A prosperidade à luz da Bíblia.
Rio de Janeiro: CPAD, 2012