domingo, 24 de junho de 2012

NO MUNDO TEREIS AFLIÇÕES

NO MUNDO TEREIS AFLIÇÕES
Texto Áureo: Jo. 16.33 – Leitura Bíblica: Jo. 16.20,21, 25-33
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
A teologia da ganância, em consonância com as perspectivas humanas da autoajuda, nega a realidade das aflições. A sociedade moderna não admite o sofrimento das pessoas, tendo em vista a cultura da felicidade, ainda que essa seja aparente. Nas lições bíblicas deste trimestre estudaremos a respeito das aflições da vida, destacaremos que Deus permite que os seus sejam afligidos, prometendo estar com eles nas tribulações.
1. DIFINIÇÃO DE AFLIÇÕES
A palavra hebraica para aflições é ani, que descreve alguém que foi afetado pelas circunstâncias e que, por essa razão, se encontra sob a dependência de outros. O verbo ana, em hebraico, está associado ao ato de sofrer violência ou opressão (Sl. 94.5; Is. 53.4,7). Diferentemente do que acontece em determinados contextos cristãos, o salmista agradece a Deus pelo fato de ter sido afligido, o que o conduziu à obediência (Sl. 119.67, 71, 75). Esse posicionamento diante da adversidade encontra eco na declaração de Paulo, em 2 Co. 7.9-10. Ninguém está livre da aflição, o próprio Servo Sofredor, de Isaias 53, encarna essa realidade. Ele sofreu, em todas as dimensões, físicas e psicológicas, a fim de que possamos, no presente e no porvir, ter saúde e paz. Nas escrituras hebraicas, a aflição não necessariamente provém de Deus, há casos em que o sofrimento é infligido por outros, por um governo, por exemplo, o egípcio (Ex. 1.11,12). A linguagem hebraica atribui a Deus, considerando que dEle provém todas as coisas, a origem final das aflições (Is. 45.7; Am. 3.6). No entanto, devamos saber que nem todos os males vêm diretamente de Deus, mesmo que Ele os utilize, às vezes, para punir (1 Rs. 8.35; 2 Rs. 17.0; Sl. 90.15; Ne. 1.12). No Novo Testamento, a palavra grega tlipsis está relaciona à condição de ser pressionado em um lugar estreito. Essa pressão pode ser causada pela posição social, o necessitado, por causa da injustiça, é afligido (Tg. 1.27). Mas a aflição pode ser também de natureza religiosa, Cristo foi perseguido pelos líderes fariseus e saduceus da Sua época. Satanás pode causar aflições, assim como aconteceu com Jó, mas é preciso que este receba a permissão de Deus para tal (Jó. 1.6-12; 2 Co. 12.7).
2. NO MUNDO TEMOS AFLIÇÕES
O cristão não está imune às aflições no mundo, Jesus deixou isso bem claro, Ele prometeu vitória na tribulação, mas não sobre esta (Jo. 16.33). Algumas aflições resultam de pecado, isso tem a ver, por exemplo, com atitudes que tomamos e das quais arcamos com consequências. Mas nem todas as aflições vêm de pecado (1 Pe. 1.6-7; Jo. 9.1-3). Jó padeceu, mesmo sendo reconhecido como um homem íntegro (Jo. 1.1,8), do mesmo modo, há crentes que são afligidos por razões que estão além das explicações humanas. Os amigos de Jó quiserem justificar seu sofrimento, encontrar uma relação de causa-efeito para aquela condição. As igrejas estão cheias de pessoas, sem conhecimento bíblico, que querem encontrar motivos para as dores dos irmãos. Na maioria dos casos Deus está esperando que a pessoa que está perto seja a resposta às orações, o alívio para o necessitado, ao invés de ficar tentando encontrar um pecado. As aflições podem não ser originadas em Deus, mas Ele as permite, e trabalha por meio delas a fim de desenvolver nossa paciência (Tg. 1.2-4). Diante das aflições, não podemos desfalecer, pois estas podem servir como disciplina para o amadurecimento espiritual (Hb. 12.5-11). As aflições angustiam o cristão, caso não esteja alicerçado na Palavra, poderão distanciá-lo de Deus. Mas quando esse se coloca debaixo da soberania do Senhor, se dar conta de que as aflições de Deus é uma demonstração de amor (Hb. 12.6). Paulo orou três vezes, em virtude de uma aflição, até que compreendeu que poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza (2 Co. 12.7-10), e que tudo coopera para o bem daquele que amam a Deus (Rm. 8.28).
3. MAS TENHAMOS ÂNIMO
Não permitamos que as aflições nos distanciem de Deus, nem nos queixemos que elas são maiores do que podemos suportar, pois Ele conhece os nossos limites (1 Co. 10.13). Diante das aflições, a maioria deles além do entendimento humano, devemos permanecer firmes no Senhor, confiantes nos desígnios de Deus (Rm. 11.33-36). Ao contrário do que faz o mundo, podemos aprender a regozijar nos sofrimentos, sabendo que esse pode produzir perseverança, caráter e esperança (Rm. 5.3; Tg. 1.2-4). Não podemos esquecer que as aflições do tempo presente não se comparam à glória que em nós será revelada (Rm. 8.18). Na medida em que caminhamos até chegar a Cidade Celestial, passaremos, tal como Cristão, do Peregrino de John Bunyan, por muitas adversidades. Os obstáculos enfrentados ao longo da jornada podem fortalecer nossa fé, purifica-la como ouro refinado, a fim de que Cristo seja honrado e glorificado (1 Pe. 1.7-8). Nos momentos de aflição, aprendamos a experimentar os cuidados de Deus, apesar das lágrimas, louvamos ao Deus que cuida de nós (Sl. 27.7-6). Como Paulo e Silas na prisão, louvemos ao Senhor, pois bem-aventurados são aqueles que padecem por causa do evangelho de Cristo (Mt. 5.11; At. 16.25). As aflições que nos afligem podem inclusive ser testemunhas da nossa fé, e fazer com que outros sejam levados aos pés de Cristo (Fp. 1.12-14). Portanto, em meio às aflições, tenhamos ânimo, não venhamos a desfalecer, Deus nos fortalece a cada dia, permaneçamos confiantes nas promessas eternais (2 Co. 4.16-18).
CONCLUSÃO
Deus não prometeu uma vida cristã sem aflições, muito pelo contrário, todos aqueles que piamente querem viver para Cristo padecerão perseguições, as mais diversas, econômicas e sociais (2 Tm. 3.12-14). Conforme estudaremos ao longo das lições seguintes, podemos, inclusive, ser vitimas de catástrofes, doenças e morte, mas em tudo isso somos mais do que vencedores, pois nada nos separará do amor de Deus em Cristo Jesus (Rm. 8.31-39).
BIBLIOGRAFIA
GERSTENBERGER, E. S., SCHRAGE, W. Por que sofrer? São Leopoldo: Sinodal, 2007.
RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

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