Salvador é quarta cidade do País em número de evangélicos
Salvador conta atualmente com uma população de cerca de 524 mil evangélicos,
o que confere à capital baiana o quarto lugar na lista das cidades com
mais adeptos deste movimento religioso que engloba 26 denominações,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na
Bahia, cerca de 2,4 milhões de pessoas declararam-se evangélicas, aponta
a pesquisa.
Assim como a capital, o Estado é o
quarto maior do País em números de evangélicos, ficando atrás apenas de
São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No Brasil, este número
acresceu de 15,41% para 22,16%.
Segundo o IBGE, a categoria que
registrou maior crescimento do número de seguidores na Bahia foi a
Igreja Batista, que em 2000 contava com 2,85% da população. Hoje,
este número cresceu para 3,3%. Em contrapartida, a Igreja Universal do
Reino de Deus (Iurd) apresentou decréscimo no número de adeptos no
Estado, passando de 1,06% para 1,03%.
Acolhimento
O pastor da Igreja Batista Nazareth,
Djalma Torres, considera pequeno o crescimento da população que se
declara batista e afirma que o acréscimo se deu por conta do maior
reconhecimento da instituição dentre as igrejas pentecostais. Para o
religioso, os fiéis têm recebido melhor acolhimento nos templos
batistas, que seguem uma linha tradicional.
“Os batistas brasileiros são sérios, não
são intolerantes, embora não sejam ecumênicos, e fogem dos extremos:
não são tão tradicionais como a Igreja Católica nem prezam pela
valorização do dinheiro e do poder, como é visto na Igreja Universal do
Reino de Deus”, afirmou.
Torres acrescenta que há atualmente um
grande trânsito de fiéis nas diversas vertentes evangélicas. O fenômeno,
de acordo com Torres, revela uma insegurança por parte da população,
que busca, na maioria das vezes, um local onde seus pedidos e interesses
sejam atendidos com maior rapidez.
“É comum observar pessoas que começam
frequentando uma igreja e, depois, passam para outra porque não ficaram
satisfeitas. Essa é uma característica marcante do mundo de hoje, que é
muito instável e segue o viés da sociedade capitalista”, completou o
pastor.
Ele acrescenta que este fenômeno de
trânsito entre as igrejas não entusiasma os estudiosos da área, pois,
segundo acredita, tem causado uma banalização das religiões evangélicas
pentecostais.
“Falta um sentimento de cuidado e
acolhida por parte dessas igrejas para com o ser humano. Muitas delas
buscam apenas o enriquecimento, o poder, e isso está distante dos
fundamentos das igrejas pentecostais, que deveriam prezar pela
simplicidade”, criticou Torres.
A equipe de reportagem de A TARDE tentou
contato com representantes da Igreja Universal do Reino de Deus mas,
até o horário de fechamento desta edição, não obteve resposta.
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